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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Risada imersa

Eu rio
Tu ris
Ele ri
Nós rimos
Vós rides
Eles riem

Ainda bem que eu tenho um rio só pra mim.
É por isso que eu rio. Pense só, se eu não risse o rio não existiria e triste eu ficaria.
Sem rio, sem riso.

H.Reis

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Graçamor.

Maçã mordida com furor;
com graça;
com amor.

Limão espremido com fervor;
com graça;
com amor.

Texto lido com terror;
com graça;
com amor.

Amo-te sem pavor;
sem graça;
mas com amor.

(Para uma pessoa, só o amor basta. Pois graça ou pavor são consequências tristes, daquelas que vêm para maquiar o que ainda sobrou do que era bom.)

H.Reis

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Tarados também envelhecem

O velho senhor estava na biblioteca. Não, não lia. Estava sentado na enorme poltrona marrom, segurava sua bengala e tentava não pensar em nada.

A empregada entrou, olhou o velho com a máxima indiferença e começou a espanar os livros antigos da preteleira mais baixa da estante. O uniforme era um vestidinho curto e azul, bonito até.
Quando ela se abaixou para espanar, o velho fez questão de prestar atenção. As nádegas simétricas dela eram as mais bonitas já vistas por aqueles olhos cansados e tarados do senhor. Ele se ajeitou ainda mais na poltrona para obsevar aquilo de camarote. Os seios não tão grandes davam a ideia de delicadeza de busto, coisa bonita em meninas novas.

Ele, lá mesmo da poltrona perguntou:

- Tem namorado, menina?

A empregadinha estranhou. Aquele velho nunca havia dirigido a palavra a ela e agora vem perguntar se ela namorava? Ela hesitou em responder, mas não viu maldade.

- Tenho noivo, por que?

- Ele tem sorte. Pode aproveitar sozinho esse seu bumbum tão bonito!

Ela quase se ofendeu, mas achou bobagem. Aquele velho deveria ser esclerosado ou coisa assim. E também, mesmo ele sendo tarado, que mal poderia fazer a ela? Ele mal conseguia levantar da cama sem ajuda. Então deu corda:

- Pois é, ele nasceu virado com a bunda pra lua; ela deu uma risadinha escondida, se divertindo com o trocadilho mal feito.

O velho se assustou e não disse mais nada. Só resmungou para si mesmo:

- Meu Deus, que menina desbocada. Não se fazem mais empregadas como antigamente.

Ela, com um risinho no canto da boca, terminou seu serviço e saiu muda da biblioteca.

Ele, vendo-se sozinho, disse sem resmungar:

- O noivo dela nasceu com a bunda virada pra lua e ela bem que poderia ter nascido com a bunda virada pra minha janela!

H.Reis

domingo, 12 de setembro de 2010

Momento Kerouac


''Eu só confio nas pessoas loucas, aquelas que são loucas pra viver, loucas para falar, loucas para serem salvas, desejosas de tudo ao mesmo tempo, que nunca bocejam ou dizem uma coisa corriqueira, mas queimam, queimam, queimam, como fabulosas velas amarelas romanas explodindo como aranhas através das estrelas.''

Jack Kerouac (postado por H.Reis)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Criança é fogo

Alguns dinheiros e a moça legal

Edu já havia completado os seis anos e vivia me pedindo dinheiro. Queria comprar alguma coisa sozinho. Orgulho de criança, coisas de criança daquela idade. Então, eu, mãe coruja e que ás vezes faz os caprichos da cria, dei cinco reais a ele. Deixei ele mesmo decidir oque faria com o dinheiro.

Passaram-se dois dias e nada de Edu falar oque comprou com aquela nota. Eu havia ido buscá-lo na escola de carro e ele, no meio do caminho avistou uma padaria e pediu para que eu parasse em frente antes de seguirmos pra casa. Perguntei oque ele queria lá e ele respondeu:
-Ah, mamãe, a senhora me deu dinheiro outro dia e hoje eu tô doido pra comprar alguma coisa com ele.

Adorei a ideia, estava louca pra saber com oque Edu gastaria aquilo; seria uma cena inédita pra mim. Paramos à porta da padaria, resolvi nem sair do carro, deixaria ele entrar, escolher oque quisesse comprar e pagar sozinho; um pouquinho de falsa independência seria bom pra ele, faria ele se sentir mais ''homenzinho''.
Ele demorou um pouquinho a voltar, mas entrou no carro radiante. Estava com um saquinho cheio de guloseimas, mas aquela felicidade toda não poderia ter sido causada só pelos doces. A outra maõzinha estava cheia de moedas, deveria ser o troco da compra. Admirei-o por não ter gastado todo o dinheiro que tinha.
Perguntei por que sorria daquele jeito e ele me respondeu prontamente:

-Mamãe, aquela moça lá da padaria é muito legal!
-Por que meu filho, oque ela fez?
-Por que você dá ''um dinheiro'' pra ela e ela te devolve um tanto de ''dinheiros'' !!!

Criança é fogo

H.Reis

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Minas Gerais


A contar um causo, a tricotar com a vizinha,a colocar uma broa de fubá para assar( e deixá-la corar como o marrom da cor da terra), a falar uns ''uai'' por aí, a assar um pão de queijo, a passar um café em filtro de pano, a sentar no passeio às cinco horas da tarde e observar as crianças arteiras; assim vivem as senhoras mineiras, a fazer essas coisas.
Vivem no interior, onde é longe da cidade, onde o boi pasta tranquilo e o barulho da carroça avisa que o marido chegou.
A cidade é coisa rara, é luminada e lá vivem gentes cheias dos ''não-me-toques''.
Mas as senhoras mineiras, as que ainda nos restaram, estão felizes em suas cidadezinhas pequenas, em suas cidadezinhas quaisquer.
As goiabas mais gostosas dão no quintal, não se precisa comprar.
Os postes com lâmpadas não são muitos; lá as pessoas preferem a lua como fonte de luz principal quando a noite chega.
As janelas abrem logo cedo, mas devagar, que é pra ser fiel à poesia de Drummond.
Mas não sejamos tão fiéis ao nosso mestre.
Ele sabe que essa vida não é nada '' besta, meu Deus!''.
Ele sabe que essa é a melhor vida que se pode ter.

H.Reis

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Ilusão Agridoce (Antítese)

Vejo-te pela janela do meu castelo.
Você vem em um cavalo branco;
Os pássaros cantam;
Borboletas aparecem no ar
E também em meu estômago.
Meu vestido é lindo.
E feliz estou a te ver chegar.

Você se aproxima,
E sem dizer nada toca seus lábios nos meus
Como se eu fosse uma boneca de porcelana.

Você me faz feliz.
Nós nos fazemos felizes!

Mas a hora da estrela
E também da tristeza chega logo.
Pela janela do meu casebre comum
Vejo você indo embora.
Seu cavalo negro trota tristemente;
As cigarras fazem ruídos irritantes;
Urubus aparecem no ar,
Então meu estômago se embrulha.
Vestida com meus velhos trapos
Estou triste ao te ver partir.

H.Reis

Selos e mais selos


Gente, nosso blog recebeu uns selinhos muito carinhosos e como sempre da Gabi Morgante, dona do Mundo Platônico .
Vamos lá ver oque nos espera.


Alguns desses selinhos pedem para que eu indique outros blogs, ok.


Não vou novamente falar aqui mais nove coisas sobre mim. Vocês já devem ter enjoado de saber da minha vida. E vai ficar muito repetitivo, ok? Rs.
Gabi, muito obrigada pelo carinho e consideração.
Beijinhos de H.Reis pra todo mundo e pro mundo todo.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Encaixe

Roça. Repolho.
Rua. Reta.
Roça. Repórter. Respeito.
Rua. Repóter. Riso.
Reta .Ribeira. Refeição.
Ah, vamos logo nadar no Rio da Roça e dar uns Risos do Repórter da Rua Reta que comeu Repolho na Refeição!

H.Reis