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domingo, 21 de março de 2010

Descoberta inesperada

Aroldo havia acabado de chegar em casa numa tarde de terça-feira chuvosa e cinzenta.Agradava muito a ele dias assim. Sua mulher na cozinha,lágrimas nos olhos de cortar cebola.Ela era tão bonita.Naquele dia não estava tão aflita como na canção de Caetano.
Três filhos,três orgulhos,três alegrias.
A mais velha ainda descobrindo a adolescência.Havia menstruado a poucas semanas.Se descobrira moça.
O do meio era sem dúvida o mais sabido.Curioso,mente sadia.O maior orgulho do pai naquele momento. Pois o menino era bastante levado também.
O mais novo. Nem três anos ainda.Estava começando a aprender a falar direito mas ainda trocava o R pelo L.
Sua esposa, a mais doce e nervosa das criaturas era jovem, bonita e evitava discussões com ele.
Ele. E ele?
Aroldo sentou – se na mesa e ficou por ali esperando o almoço. Cada um de seus filhos veio à mesa de uma maneira. Cada um com seu jeito especial,único e ainda infantil(isso o agradava de um modo bastante profundo).O mais novo vinha no colo da mãe, que ainda estava de avental. Ela carregava o filho com tanto carinho, o enchia de beijos e mordidinhas na bochecha.
Aroldo se viu naquele ambiente tão acolhedor, familiar e feliz, que observou como se aquilo fosse um quadro em que o que estava dentro se mexia,tinha sentimentos e emoções.
E Aroldo descobriu que era feliz. Descobriu isso naquela terça-feira chuvosa e cinzenta,da qual ele gostava tanto.
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H.Reis

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