Não quero os covardes que se matam sem razão;
Quero saber se morreu de amor, de decepção ou xilique.
Mas não se sofreu antes e fez da vida arrastão
Para arrumar uma desculpa e dizer que ''viver não!''
Quero uma meretriz altiva e elegante,
Daquelas que humilham as mulheres ricas;
Fazendo com que sintam que não existia nada antes.
Quero a puta orgulhosa de si, mesmo que atenda pelo nome de Chica.
Quero um mendigo que peça sem vergonha
Que implore sem fingir, sem compaixão
Que deseje o dinheiro do burguês, do típico ''sem-vergonha''
Que deseja a mulher do amigo em seu colchão.
Enfim, quem é impuro? Quem é mau? Quem é pior?
O suicida que, por ele, tem razão?
A meretriz que vende seu calor?
Ou o mendigo que, sujo e verdadeiro, dorme no chão?
Matemos todos, finjamos não existir problema!
Mas, que fique claro, bem claro,
Que eles só são eles no poema
Por que nós os inventamos nessa vida,
E os obrigamos a viver nesse mundo seco e amaro.
H.Reis