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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Mulher

No silêncio da mulher amada existe o ódio latente.
O ódio de não ter sido amada antes;
Do medo do amor não continuado...
Concluído.

Na preocupação da mulher mãe
Há o choro dela,
Ela criança, ela bebê...
Que quer ser cuidado, amamentado
Mas que foi esquecido por um só  momento,
Cresceu e virou progenitora

A mulher meretiz tem as pernas que se abrem quentes...
pulsantes, roliças.
Mas estão gastas.
Nunca mais puras, nunca mais intactas pelas mãos do mundo.
E a meretriz ignora a poesia de seu corpo; a poesia de seu ato
E o faz repetir vezes por dia, sem sentimento...
Ela não sabe o quanto é poética, o quanto é essencial para a percepção do belo.

És tu, Mulher, tudo isso.

Uma amada mãe meretriz
que traz o mundo nas pernas
e no coração o sentimento da humanidade
que merece cuidado
mas que chora o mesmo pranto desde seu nascimento.

H.Reis

2 comentários:

  1. Procuro a mulher perdida no vazio do mundo entre as pernas... Não encontro... Choro, lamento, morro.

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  2. "Igual ao ovo e a galinha, me diga lá! Quem veio primeiro? Foi a flor ou a mulher?"

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