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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Metamorfose


''...contra ao vento , sem lenço sem documento, no sol de quase dezembro'' ela não ia.Ficava estática na medida que podia (o máximo) sentir que estava completa de si mesma e sem nenhum vestígio ou restício dos outros.Ela queria,naquele momento, independer de qualquer coisa que fosse alheia ao seu corpo, à sua alma, ao seu espírito.
Uma borboleta passava e ela fingia não perceber,mesmo sabendo que a borboleta,era, naquela fase de sua vida,o inseto que mais se parecia consigo.O ar límpido e invisível a ajudava perceber o que ela era: uma coisa que ninguem percebe que está ali,mas está em sua presença mais profunda.
Aquele sol que corava sua pele era o único indício de vida(para ela)que estava totalmente estático.Mas como não parou para pensar que ela e aquele tal Sol se moviam simultaneamente, continuou com esse pensamento.E foi assim,o momento de Elisa, para Elisa,o momento que ela nunca mais haveria de esquecer,pois foi nele que ela percebeu que não era nada sem os outros.Nem que esse outro fosse uma mera,minúscula e linda borboleta.
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H.Reis

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