A contar um causo, a tricotar com a vizinha,a colocar uma broa de fubá para assar( e deixá-la corar como o marrom da cor da terra), a falar uns ''uai'' por aí, a assar um pão de queijo, a passar um café em filtro de pano, a sentar no passeio às cinco horas da tarde e observar as crianças arteiras; assim vivem as senhoras mineiras, a fazer essas coisas.
Vivem no interior, onde é longe da cidade, onde o boi pasta tranquilo e o barulho da carroça avisa que o marido chegou.
A cidade é coisa rara, é luminada e lá vivem gentes cheias dos ''não-me-toques''.
Mas as senhoras mineiras, as que ainda nos restaram, estão felizes em suas cidadezinhas pequenas, em suas cidadezinhas quaisquer.
As goiabas mais gostosas dão no quintal, não se precisa comprar.
Os postes com lâmpadas não são muitos; lá as pessoas preferem a lua como fonte de luz principal quando a noite chega.
As janelas abrem logo cedo, mas devagar, que é pra ser fiel à poesia de Drummond.
Mas não sejamos tão fiéis ao nosso mestre.
Ele sabe que essa vida não é nada '' besta, meu Deus!''.
Ele sabe que essa é a melhor vida que se pode ter.
H.Reis
Moreninha, não preciso nem falar que ficou ótimo né amiga.Espero que você continue encantando as pessoas com este seu dom de escrever.
ResponderExcluirBeijos
Lala
Nossa, gostei tanto. Muito bom. Vi uma verdadeira construção de Minas aqui.
ResponderExcluirVini.
Amigos, creio que não há mais ninguém que entenda mais Minas como nós, mineiros.
ResponderExcluirEntão fico muito feliz que tenham gostado, pois isso mostra que tem um pouco de realidade no que eu escrevi. Não estou delirando. Rs.
Eu quis passar esse nosso universo simples e gostoso para quem não conhece, para que não é mineiro nem é uma das minhas senhoras.
Beijos e obrigada.
H.Reis