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terça-feira, 6 de julho de 2010

E o destino decide...

Eles haviam saído para jantar, se conhecerem melhor. Riram ,conversaram, tiraram sarro das manias do outro, enfim , se divertiram. Indentificaram-se de primeira. Era fácil sacar que dali viria algo mais sério.
Ela tinha carro, ele não. Ela, por educação ou também por outros interesses, não se sabe ainda, o ofereceu uma carona. Ele,por educação ou também por outros interesses,não se sabe ainda, aceitou.
Foram pela Avenida ouvindo música, cantando juntos, errando e rindo do que não entendiam o cantor cantar.
Chegando no portão da casa dele, ela parou o carro e sorriu. Ele, por sua vez, se sentiu obrigado a perguntar se ela queria entrar.
-E aí? Não quer entrar...tomar alguma coisa?
O silêncio pairou na atmosfera do carro quente.
Ele teve medo de ela o achar precipitado. Mas ele queria que ela entrasse. Queria tomar um vinho com ela; rir mais um pouco; dar um beijo íntimo, escondido. Não queria que ela pensasse que ele era um aproveitador; que se ela aceitasse entrar, ele pensaria mal dela. Nada disso.Ele queria amá-la sem compromisso. Com um quê de amor de carnaval. Mas queria conhecê-la por inteiro. Suas caras e trejeitos. Suas cores e fitas. Seus gostos mais íntimos. Queria começar a amá-la naquela noite, com aquela lua, naquele teto, naquele dia.
Ela, por sua vez, teve medo de responder. Se aceitasse,oque ele pensaria dela? Certamente que era uma mulher fácil demais, dessas que se encontra em qualquer esquina; daquelas que eles viram na Avenida pela qual haviam passado a alguns minutos. Mas ela queria entrar; tomar um vinho com ele; fazer ele rir mais um pouco; receber um beijo mais íntimo, nas entrelinhas. Não queria que ele pensasse que ela era qualquer uma. Nada disso. Ela queria ser amada sem compromisso. Com um quê de amor de natal. Queria se deixar ser conhecida por inteiro. Explicar suas cicatrizes e contar as histórias que imaginava quando criança. Queria ser amada por ele naquele dia, naquele teto, com aquela lua, naquela noite e queria também amá-lo.
O destino, que tem lugar cativo na vida dos amantes,também tinha oque pensar. Pensava que aqueles dois não tinham que se importar com o que um pensaria do outro se entrassem e tomassem alguma coisa. Deviam, com toda vontade e desejo que tinham, começar a se amar naquela noite. Aproveitar a juventude, o riso, a lua e a falta de compromisso.
Ela,depois de muito pensar e parar de se importar com a opinião dele, respondeu:
- Só um pouquinho, sim?
E ele,com um sorriso a responde:
-Como quiser...
E o destino,por sua vez, considera como ganha a batalha e murmura para si, já sabendo de tudo:
- ...

H.Reis

4 comentários:

  1. haha gostei muito *_*

    Seus contos são perfeitos Lena!
    Parabéns! :D

    Beeijos!

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  2. aah, querida, são seus olhos!
    Fico feliz que gostou.
    Beijiinhos.

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  3. Maravilha de texto!Que perceção Helena plena de luz para captar as sombras dos desejos!Uma maturidade invejável e perfeitamente dosada para não deixar resquícios de situações reacionárias! Os sentimentos puros e livres de cobranças, falsas esperanças e tolas convenções!Perfeito!

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  4. Gostei da figura do destino. E também de destacar a insegurança masculina. Normalmente se levanta questões sobre o lado sentimental e inseguro só das meninas, mas na verdade, todos os seres humanos tem. Parabéns. Evolução. Essa é tua palavra!

    V. ;*

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