A menina não sofria por não ver. Ela era satisfeita por poder sentir delícias comestíveis, delícias ouvíveis, tocáveis e olfativas. A menina, na realidade, não via mesmo, mas enxergava. Enxergava mais que muitas pessoas com olhos que viam muito bem. Enxergava o bem e o mal. Enxergava a vida em si, e para isso - muitos de nossos contemporâneos ainda hoje não perceberam tal detalhe - e para isso não se necessita olhos, boca, nariz ou ouvidos. Necessita-se apenas uma alma que saiba amar de verdade.
H.Reis
Isso me lembra aquele texto "Porífero". Mas o papel da alma e a inutilidade dos sentidos carnais se demonstra duma maneira mais madura. Estou pasmo com sua textualidade e denotação de de idéias.
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